Criando uma comunidade de dados desde o início na América Latina

Como membro do conselho editorial da CDO Magazine, Ben está entrevistando CDOs globais para extrair insights e criar um manual para o setor.

Líder experiente em análise de dados, Ivan Herrero Bartolomé tem uma longa e bem-sucedida carreira que abrange 17 anos em dois continentes. Depois de trabalhar na Espanha, ele agora é o diretor de dados do Intercorp Group, empresa de US$ 10 bilhões com sede no Peru.

Responsável pela estratégia de dados da Intercorp, Bartolomé criou, pessoalmente e do zero, uma comunidade de dados na América Latina. Hoje ele gerencia estratégias de dados para 30 empresas de diversos setores, como finanças, varejo, imóveis, educação, lazer e entretenimento.

Recentemente, ele se sentou comigo para falar com a CDO Magazine, abordando os desafios e os estágios de implementação de um programa de dados. Em uma conversa esclarecedora, ele descreveu as dificuldades que sua equipe superou e explicou como criou uma comunidade bem-sucedida de dados.

Assista ao vídeo aqui.

Desde o primeiro dia como o primeiro CDO da Intercorp, Bartolomé reconheceu a disparidade entre como a organização armazenou os dados na nuvem e como integrar melhor os dados nas diversas empresas do grupo.

A equipe de Bartolomé observou que alguns dados haviam sido migrados, mas não estavam estruturados para os negócios para o consumo dos clientes. Para resolver, a equipe pegou dois caminhos, a fim de entender as necessidades de dados da empresa tanto do ponto de vista da empresa quanto do cliente.

Após a equipe levantar questões sobre a criação de uma estratégia coerente, a solução da Bartolomé foi "achar oportunidades de extrair valor das diferentes unidades de negócios e tentar combinar essas oportunidades com algo relacionado aos clientes e transações".

A partir dessa etapa inicial, a equipe criou um modelo para processar as análises ou "fluxos de dados" de forma mais padronizada. Esses dados foram então armazenados e acessados pelas unidades de negócios de varejo da empresa. Depois, essa estratégia foi aplicada às unidades bancárias e de seguros.

Com o acesso agora prontamente disponível aos dados da empresa, Bartolomé e a equipe trabalharam para deixar as informações "utilizáveis e mais fáceis de interpretar", de modo a "transformar dados em insights e depois em ações no nível de empresa".

Adesão e criação de uma plataforma eficaz de dados

Estabelecer um modelo de dados e aplicar o armazenamento em nuvem na Intercorp foram o primeiro passo para criar uma comunidade de dados. De acordo com Bartolomé, o desafio seguinte era duplo: “convencer a alta administração com a promessa dos benefícios de uma nova plataforma integrada de gerenciamento de dados” e “construí-la de fato”.

Para criarem a plataforma de gerenciamento de dados, Bartolomé e a equipe aproveitaram os dados da Intercorp. Eles começaram com a adesão da alta administração e garantiram US$ 300 mil por ano para criarem um modelo adaptado às necessidades da Intercorp. A equipe também teve sorte de contar com bastante tempo para criar uma plataforma adaptável, fácil de usar e que evoluísse ao longo do tempo.

"Como era algo que a gerência não entende e não valoriza, eu sabia que a conversa não iria muito longe. Então, desde o início, minha equipe entendeu que era preciso minimizar todos os obstáculos ao que queríamos realizar”, lembra Bartolomé.

Montando uma equipe eficaz

Bartolomé pegou um dep. de dados da empresa com 17 pessoas focada em serviços bancários e expandiu para uma equipe de mais de 70 pessoas. Inclui-se aí uma equipe corporativa de 20 pessoas, além das equipes de análise de dados com variados níveis de expertise para cada unidade de negócios - como os 30 funcionários nas redes de farmácias da Intercorp. Outras unidades contam com cinco a dez pessoas para a análise com dados, com planos de expansão. "Estamos contratando pessoas da equipe central para atuar nas empresas, desenvolvendo essas capacidades", revela Bartolomé.

Uma jornada bem-sucedida no programa de dados

O gerenciamento e a análise dos dados são inestimáveis, mas é difícil implementar essas ferramentas e mostrar o valor delas às empresas. Todo CDO enfrenta vários obstáculos, mas o pior é fazer uma organização inteira participar da mudança.

Formar a equipe certa para entender e implementar o gerenciamento e a análise dos dados é crucial para gerar mudanças reais na organização. Bartolomé, que saiu da Espanha para a América Latina, precisou entender a comunidade de dados peruana e determinar a melhor forma de convencer uma cautelosa equipe de gerenciamento sobre os benefícios da análise dos dados.

Desde o início do projeto, ele estabeleceu um visionário programa de dados na Intercorp, contratando talentos peruanos altamente qualificados e retendo a camada mais qualificada do pessoal, que ainda fazem parte da equipe. "Tivemos que superar todos os diferentes obstáculos que encontramos, mas foi uma jornada sensacional", comemora Bartolomé.

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